olivia
A boca fala da abundância do coração. Mateus, 12:34
A questão dos relacionamentos interpessoais, e de sua inerente dimensão emocional, é crucial para a vida associada, pois são esses processos interativos que formam o conjunto de sistemas que a organizam. As condições em que ocorrem tais relacionamentos definem a forma de convivência entre os seres humanos, que são seres de relações, e destes com a natureza. Fazem a diferença entre sofrimento e bem-estar e definem como a vida social é construída em seu cotidiano. Deteriorações nas relações interpessoais resultam em deterioração das relações sociais, das relações inter e intra-organizacionais. Muito do que sabemos sobre relacionamentos interpessoais é inexato e desarmônico para constituir uma teoria confiável e prescrever comportamentos. ] Como uma teoria geral, as relações humanas foram tratadas como uma justificativa ideológica da estrutura institucional vigente, voltada para os problemas de ajustamento dos indivíduos e esquivando-se do trato dos conflitos (Motta, 1986:77). Ainda hoje, para os muitos seguidores de Milton Friedman, a única responsabilidade das empresas é para com seus acionistas. Questões ideológicas à parte, o que mais importa é que aquele conjunto de contribuições trata de relacionamentos econômicos, desprezando outros aspectos da vida humana e se preocupando com riscos, com a sobrevivência imediata da empresa, mapeando os interesses econômicos da organização. Mesmo em algumas de suas versões éticas, preocupadas com a dignidade humana e implicações socioambientais, o emocional do relacionar está ali desconectado. Entender a interação emoção-razão, demonstrada pela neurofisiologia, exige reexaminar o pressuposto da racionalidade limitada, assumido por aquele conjunto de teorias. A corrente normativa da teoria dos stakeholders, de orientação substantiva, considera indivíduos e grupos mais do que simples entidades maximizadoras de