sociedade
Chico Buarque, durante a ditadura militar – mais precisamente durante os anos de 1974 e 1975 – usou o pseudônimo de Julinho da Adelaide para enganar a censura.
Como entra muita gente jovem aqui que não “pegou” essa época, eu vou explicar primeiro o que era a censura, para que possam entender o porquê do Chico ter criado esse pseudônimo, que veio até a se tornar um personagem.
A censura para os compositores funcionava mais ou menos assim: o sujeito compunha uma música, ela era enviada para os censores, que analisavam e decidiam se podiam ser gravadas e tocadas em shows ou não. Se eles encontrassem qualquer menção política desfavorável à ditadura ou à moral e bons costumes, a música era proibida de ser veiculada. Dependendo do artista, se este já fosse visto como um “contestador do regime”, a coisa complicava, pois seu texto seria lido ao contrário, virado pelo avesso, para ver mesmo se não continha nada de “errado”.
E era justamente isso que estava acontecendo com o nome de Chico Buarque. De cada três músicas que ele enviava para a censura, uma era censurada. Foi então que ele resolveu assinar como Julinho da Adelaide, tendo três composições que fatalmente cairiam na “malha fina” da censura, liberadas. Foram elas as músicas “Acorda Amor” (1974), “Jorge Maravilha” (1974) e “Milagre Brasileiro” (1975).
Numa época em que a liberdade de expressão é cerceada, nada mais criativo que expressar desejos e anseios através da música. A Ditadura Militar que o Brasil viveu, entre os anos de 1964 e 1985, fez com que músicas se tornassem hinos e verdadeiros gritos de liberdade aos cidadãos oprimidos e sem possibilidade de se expressar como