Socialização Escolar
Este trabalho aborda o processo da socialização da criança e do adolescente no contexto escolar, levando em conta os distintos objetivos com os quais a instituição escolar tem de lidar, sem eximir-se das implicações de estar inserida numa sociedade que prioriza o mercado e os desdobramentos que esse viés engendra.
Destaca-se a importância da instituição educacional como agente de perpetuação dos traços da cultura hegemônica e das bases fundantes daquela sociedade. Outrossim, traz, igualmente, para a discussão o caráter subversivo da escola, que desempenha papel relevante na reflexão sobre os princípios e valores intrínsecos à cultura hegemônica, ampliando as possibilidades discursivas em direção a uma dialética mais ampla.
Observa-se, inicialmente, que a nova maneira de se interpretar o homem e de ler a cultura desperta o interesse das pesquisas antropológicas. Outros fatores, tais quais a globalização e a ampliação do sistema público de ensino, ampliaram essa tendência. Leva-se em conta, nesse contexto, a necessidade de se reconhecer a multiplicidade das manifestações culturais, cada vez mais evidentes. Ver-se-á que a pressão hegemônica quer desconsiderar as distinções marcadas pelas culturas, brindando a escola com uma relevante responsabilidade no que tange a engendrar a subversão, em direção a uma prática libertadora e criadora de opções.
Mencionam-se os objetivos fundamentais da instituição escolar, quais sejam: reproduzir a lógica do mercado e forjar cidadania. Essa dicotomia – para não dizer paradoxo – determinará a complexidade do papel que a escola tem de desempenhar, para oferecer à sociedade a chance de libertar-se do discurso e da prática que oprime.
O INTERESSE DE OUTRAS CIÊNCIAS PELO TEMA EDUCACIONAL
Na década de 1970, a Antropologia ganhou considerável impulso na área dos estudos em educação. Em parte, por causa das novas concepções de homem e de cultura, graças ao surgimento dos processos de globalização e pela expansão do