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Dialética e Trabalho Social - Capítulo 7 - Transformação e Dialética - páginas 93 a 96 - Poder e Saber - Vicente de Paula Faleiros
RIO DE JANEIRO novembro/2013 1. Transformação e Dialética
A concepção da prática transformadora consiste numa visão do trabalho social numa perspectiva voluntarista e idealista, pois não se tinha em conta a correlação de forças permanentes e conjunturais ao se conceber a transformação. A visão humanista reconhecia o privilégio do trabalhador social ao utilizar o diálogo com as classes oprimidas, essas relações situam-se no âmbito das organizações do proletariado com as organizações das classes dominantes.
O conceito de transformação seria uma revolução radical na perspectiva vanguardista objetivando a extrema separação entre práticas e estruturas. O vanguardismo concebe o trabalhador social como um agente ideológico capaz de conscientizar a classe proletária de seus próprios interesses de classe, que levaria o proletariado a se organizar e a se mobilizar contra o Estado opressor e os capitalistas exploradores.
Porém esta radicalização levou muitos trabalhadores sociais que trabalham no Estado a recusar toda forma de compromisso com a transformação, pois acreditavam que a destruição das formas impostas pelo Estado às classes populares também implicaria na destruição de seus próprios empregos. Fundamentou-se então na dialética esta forma de conceber a transformação e seria vista como uma dicotomização entre blocos dominantes e dominados, como luta de classes contra classe.Sendo que a dicotomização, que significa a divisão de um elemento em duas partes em geral contrárias, não corresponde ao pensamento dialético que é a unidade dos contrários em movimento permanente e não em oposição rígida. Nada mais antidialético que o imediatismo. A transformação social é um processo de mediações complexas (que esclareçam não só a mediação imediata) e historicamente possíveis, não um processo de