Sobre o Racismo no Brasil
Seja no trabalho, no futebol, carnaval, classe socioeconômica, o racismo ocorre no Brasil. Fruto de um processo histórico, milhões de afrodescendentes no solo brasileiro enfrentam, mesmo que de forma velada, a agressão racista, manifestada de forma física e ou verbal.
Atrelado à inserção do negro à sociedade brasileira — inserção, essa, que atrelou-se à formação da cultura miscigenada do Brasil —, o racismo começou a se manifestar, na história de nosso país, pelos portugueses, que, ao trazer africanos nativos não-vitoriosos de guerrilhas étnicas ao território nacional, homogeneizava-os de forma bruta nos navios negreiros. Tribos rivais e distintas eram classificadas como una no interior dos navios; As condições de sobrevivência e qualidade aos viajantes africanos eram ínfimas, de forma que muitos chegavam na terra já mortos, ou doentes, e a expectativa de vida dos negros, os quais destinados ao trabalho escravo nos engenhos de cana-de-açúcar, era menor que a dos brancos, em sua maioria mais ricos e com mais condições (social, econômica, e no que diz à qualidade de vida) que os escravos. Durante o processo de escravização, também, o negro era torturado dentro dos engenhos, não remunerado, e, no interior das senzalas, dormiam aos montes acorrentados ao chão, pouco viam a luz do dia se não fosse quando durante o trabalho, os direitos que chegavam aos homens brancos não chegavam a eles, mulheres negras foram estupradas, enfim, o negro foi, desde o século XVI, oprimido pela maioria branca no Brasil.
Concomitantemente ao final do período escravocrata brasileiro, surge a campanha abolicionista, iniciada em 1850, com a Lei Eusébio de Queiroz, em 1871, com a Lei do Vente Livre, em 1885, com a Lei do Sexagenário, e, finalmente proibida a escravidão no Brasil em 13 de maio de 1888 com a promulgação da Lei Áurea, feita pela Princesa Isabel. Todavia, as leis do processo abolicionista no Brasil não conscientizavam a maioria branca quanto à igualdade