Transcricao Port 3 1 1
Race, Development and Social Inequality Project
RACISMO INDIVIDUAL E INSTITUCIONAL
Paula Barreto
Bom, o tema de nossa aula hoje é a concepção do racismo individual e do racismo institucional no Brasil. Este tema, é claro, está inserido numa discussão mais geral sobre a questão do racismo.
Antes de tratarmos diretamente neste ponto, é conveniente considerarmos algumas características do contexto brasileiro, que ajuda a entender porque este é um tema relevante, é um tema importante, que merece ser discutido. Em primeiro lugar, tem a questão da ampliação do debate público sobre a questão do racismo no Brasil, que vem ocorrendo a partir das décadas de 1980 e 1990. Então, um exemplo disso é a maior constância da discussão deste tema, seja nos meios de comunicação, seja nos órgãos governamentais, seja na linguagem corrente do cotidiano na população, que fala muito mais hoje deste tema, que discute muito mais hoje do que se discutia há algumas décadas atrás.
Para a gente entender por que isso acontece, é preciso lembrar que o Brasil foi reconhecido internacionalmente, e também aqui se reconhecia como um país que estava livre do racismo.
Já foi motivo de orgulho afirmar que havia democracia racial no Brasil e a partir dessa crença se chegava a conclusão de que o tema do racismo e a questão racial não fossem temas relevantes seja para a discussão pública, seja até como objeto de pesquisa. Então, com estas mudanças no cenário, esta situação mudou muito. E um exemplo disso são as pesquisas que têm sido realizadas nos últimos 25 anos sobre o tema, abordando aspectos mais gerais.
Aqui hoje, gostaria de mencionar a vocês, em se tratando especificamente da questão da percepção do racismo, gostaria de mencionar inicialmente duas pesquisas sobre o racismo, do tipo “survet”, que foram realizadas no Brasil, todas as duas usando a mostra probabilística e representativa da população brasileira de maneira geral, uma delas foi