sobre o queijo e os vermes
Domenico Scandella, vulgo Menocchio, nasceu em 1532 em Montereale na Itália. Casado e pai de sete filhos, sustenta a família através de sua profissão de moleiro. Outro dado importante sobre Menocchio é que este sabia ler, escrever e somar.
O moleiro era bastante conhecido na cidade e costuma já há muito tempo blasfemar durante conversas informais pela cidade. Todos escutavam aquilo e não levavam em consideração pelo fato de ele ser considerada uma “boa pessoa”. Entretanto, após algumas divergências com o pároco local, Menocchio começou a se confessar com na cidade vizinha, sendo então denunciado no dia 28 de setembro de 1583 ao tribunal do Santo Oficio por suas diversas heresias.
Em suas conversas Menocchio sempre dizia ter vontade de falar a um rei, papa ou príncipe tudo o que achava que estava errado na religião e esta foi a sua chance. Criticou a igreja, a missa em latim, a santíssima trindade, os evangelhos, o poder da igreja, e apresentou aos inquisidores sua teoria de criação do mundo.
Após meses de interrogatório, Menocchio foi condenado à prisão perpétua e a usar pelo resto de sua vida uma túnica com uma cruz no peito. Ficou então encarcerado por três anos, até que seu filho conseguiu por meios diversos uma espécie de segunda chance para seu pai. Onde este poderia sair da prisão, mas jamais tirar a túnica, sair da cidade ou voltar a blasfemar.
E foi tudo o que Menocchio não fez saiu da cidade várias vezes para trabalhar, tirava a túnica, pois com esta não conseguia serviço, e aos poucos voltou a dizer heresias. Logo foi novamente denunciado, torturado, julgado, condenado e desta vez executado.