Sobre os vaqueiros
A partir dessas empreitadas formaram-se arraiais especializados em recolher o gado, que por estar demasiadamente fraco, já não conseguia acompanhar o resto de seu rebanho. Esse gado era comprado por um preço menor, engordado e depois revendido para um novo rebanho que passasse pela região. Muitos desses sítios deram origem a núcleos urbanos, foi o caso da vila Icó que era ponto de encontro das duas maiores vias da capitania, “estrada Geral do Jaguaribe” e a “Estrada das Boiadas” (VIEIRA JÚNIOR, 2004, p. 34)
O que mostra como os vaqueiros são importantes na formação dos primeiros povoados, das estradas, da economia e cultura do Sertão, pois é a partir da luta com o gado que vão se formando as primeiras vilas do Sertão, com ênfase nas Fazendas, assim como as manifestações culturais, como as vaquejadas, que surgem como comemoração tempo feliz para os vaqueiros, também para separar o gado que devido ficar solto pelas grandes extensões de terra,acaba misturando-se ao gado dos outros fazendeiros; e o aboio que é:
Canto dolente e sem letra na forma primitiva, que transforma o vaqueiro em psicólogo do gado, cuidando da alma do bicho no ermo dos campos, quando em viagem da manada ou na condução desta até a porteira a cada roda do sol para se pôr. Um sedativo. (PERNAMBUCANO DE MELLO, 2012, p. 229)
Além dos versos feitos em dia de festa, das toadas tão inteligentemente elaboradas, por eles que não possuem estudos, mas uma inteligência que vai desde a lida, pois são verdadeiros veterinários, sabendo medicar qualquer mal que venha a açoitar o rebanho, a elaboração de versos e canções em cima da hora, sem ensaios prévios.
Essa figura, porém, não tem ainda reconhecimento, não foi devidamente estudada, pesquisada e trabalhada, quando se fala em Sertão, a