Sobre Comida e Mulheres
No capítulo estudado tenta-se demonstrar uma relação entre a comida e o gênero feminino. O texto acaba passeando também, mesmo que de forma superficial e indireta pelo contexto sociocultural de algumas regiões e países.
Para começar, propõe-se um esclarecimento sobre as palavras cru e cozido e a que elas estão relacionadas além do universo da cozinha. Vê-se aqui uma oposição entre os dois termos em várias esferas. O cru estaria ligado à individualidade, a divisão, a um contexto no qual o carinho e o cuidado não teriam vez enquanto o cozido teria uma ligação com união, mistura de vários elementos, consequentemente mais social.
Ainda nesse contexto o autor mostra um pouco da diferença entre alimento e comida. Aqui, é interessante frisar que o alimento é algo mais geral, mais universal, que diz respeito simplesmente à sobrevivência do ser humano. Com a comida é diferente. Come-se por prazer, come-se porque se gosta. Comer exigiria então, um estilo, um modo, um jeito e envolveria sentidos como o olfato, a visão e o próprio paladar. Em suma, a comida seria um segmento de alimentos e estaria ligada, normalmente a cultura em que se está inserido.
Mas dentro de uma cultura existem diversas formas de códigos e linguagens que medem nossas relações interpessoais. Ainda no capítulo o autor aborda o que por ele é chamado de “código da comida”. O ato de se alimentar é um Padrão Fixo de Ação, porém este não se dá da mesma forma universalmente. Essa diferença não se apresenta apenas na forma de comer, mas também no significado atribuído ao ato de comer em si.
Realça-se também o papel social da comida. Na cultura brasileira, os momentos das refeições são utilizados para a socialização entre os membros do grupo. O almoço, principal refeição do dia em nossa cultura, seria o momento de confraternização da família, no qual são discutidos assuntos e problemas cotidianos (observa-se um declínio