Sob a névoa da guerra

Bacharelado em Relações Internacionais – 6º semestre
Teorias das Negociações Internacionais
Análise – Documentário: Sob a Névoa da Guerra
O documentário “Sob a névoa da Guerra: Onze Lições da Vida de
Robert S. McNamara”, de Errol Morris, mostra a entrevista de um dos mais controversos políticos americanos. Ex-secretário de Defesa nos governos
Kennedy e Johnson, McNamara também presidiu o Banco Mundial e ocupou cargos de presidência inéditos em grandes transnacionais, como a Ford.
Recém-graduado em Harvard em face de chegada da Segunda Guerra
Mundial, McNamara passa a trabalhar no Controle Estatístico da Força Aérea dos Estado Unidos da América. Apenas as mentes mais brilhantes eram escolhidas. Sua função era tornar os ataques aos outros países mais eficientes. E, por “eficiência”, McNamara destaca a idéia – realista – de vitória, nunca de “massacre”: afinal, é imoral perder, mas não ganhar.
Apesar de mais de quatro séculos separarem o mundo contemporâneo da época em que viveu Maquiavel, sua obra parece transparecer o cenário exposto por McNamara de maneira ímpar. Em “O Príncipe”, Maquiavel conta a história dos príncipes e seus principados: como chegar até eles, como mantêlos e como se perdem. Comparando sua obra como o que vivenciamos nessa fração da história das Relações Internacionais, é fácil reparar que, para ambos, moralidade e política não se misturam, ou seja, não existe um “juízo universal” quando se governa ou quando se está em uma posição de poder. Certas atitudes devem ser tomadas a despeito de qualquer consequência, contanto que sejam em nome de seus súditos e de seu, então, principado: “Um príncipe não deve, pois, temer a má fama de cruel, desde que por ela mantenha seus súditos unidos e leais, pois que, com mui poucos exemplos, ele será mais piedoso do que aqueles que, por excessiva piedade, deixam acontecer as desordens das quais resultam assassínios ou rapinagens: porque estes costumam prejudicar a comunidade inteira,