sião
Sábios do Sião
No extertor do século XIX foi tornada pública a existência de um documento intitulado Protocolos dos Sábios do Sião. Este “documento” era um alerta sobre os planos secretos orquestrados pelos judeus para conquistar o mundo. Muitos acreditaram piamente na veracidade destas intenções malignas, inclusive o Czar russo, que usou-o para tomar muitas atitudes contra os semitas em seu território.Trazido da França por um exilado russo, Mathieu Golovinski, foi usado para convencer o governante russo, Nicolau III, de que havia o tal plano judeu por trás das revoltas que pipocavam no país. Infelizmente os escritos não ficaram restritos aos salões e gabinetes de São Petersburgo, espalhando-se por toda a Europa.
Com o tempo constatou-se que o tal texto era, - nada mais, nada menos que uma adaptação muito mal feita de um livro real, escrito em 1864 pelo francês Maurice Jolly no intuito de fazer uma crítica a Napoleão III, chamado “Diálogo no Inferno entre Maquiavel e Montesquieu”. Coube ao jornal inglês “The Times”, em 1921, jogar por terra a trama anti-semita demonstrando que tudo era falso. Mesmo assim a publicação continuou a circular e crescer diante dos olhos de muitas lideranças que emergiram depois desta data, como Adolf Hitler (que o cita no seu “Mein Kampf”) e a
Ku Klux Klan, que o distribuiu na América durante os anos de sua existência. Como podem ver, “tutto buona gente”.
Os esclarecimentos, - e as associações ideológicas suspeitas posteriores não impediram que “Os Protocolos...” continuasse a ser impresso pelo mundo, da Europa aos Estados Unidos, e do Brasil ao Japão. E hoje, 85 anos depois, existem na Internet traduções do livro em dez idiomas diferentes. Um fenômeno que só coloca na nossa cabeça interrogações sobre a facilidade com que as pessoas absorvem, ainda na atualidade, idéias de discriminação, preconceito e violência. Um horror que aterroriza a humanidade e faz tremer