Sistemas Jurídicos
Os nossos juristas e operadores do sistema penal utilizam-se de matrizes teóricas advindas do pensamento primeiro-mundista. Porém na América Latina esse pensamento ganhou um caráter peculiar e cruel o que resultou em praticas de extermínio em massa e de exclusão social em grande escala. Na verdade o nosso sistema tem uma mistura de crenças e de pensamentos tão grande que no fundo acaba escondendo um discurso racista e de exclusão.
Para entendermos melhor essa situação é necessário sabermos o processo histórico que nos trouxe até aqui. A história não será analisa com a idéia de progresso, mas sim com o intuito de mostrar que muitos aspectos sombrios da modernidade e que foram camuflados no passado, fazem parte de uma ideologia que se chama: Eurocentrismo. Esse termo mostra a visão de mundo dos povos que conquistaram a América e essa mesma visão explica o porquê da nossa situação periférica ou marginal.
Desde a época da conquista havia um saber antropológico que ora classificava os índios como criaturas “puras” e “infantis”, ora como bárbaros, pagãos e adoradores do demônio. Essa maneira de pensar acabou e deu lugar ao cientificismo naturalista o qual rotulou de uma vez os índios, negros, mestiços e latino-americanos como sendo “naturalmente inferiores”.
Na época da conquista o índio era visto como um ser passivo, que não dava conta de ser o sujeito da sua própria historia e essa situação continua ate os dias de hoje, só que englobando o latino-americano em geral. Porém a realidade contradiz tudo isso, porque nós vamos ver as resistências militar e cultural dos ameríndios.
O EUROCENTRISMO DA VISÃO MODERNA
O Eurocentrismo como diz Dussel é uma visão histórica do mundo, a qual transforma o “ser” do “outro” em “ser” de “si - mesmo”. Por essa visão todos os avanços que a modernidade representa é um desenvolvimento natural do ser europeu, deixando a América e a África esquecidas, como se não existissem. Observa-se uma posição ontológica que