Sistema De Produ Ao De Uvas
A história registra que a viticultura tropical brasileira teve início com os imigrantes portugueses já no século com a introdução e o cultivo de cultivares de Vitis vinifera nos estados do Nordeste. Todavia, até meados do século XX, o cultivo da videira nas regiões tropicais do país limitou-se a plantios caseiros. Foi partir da década de 1960, com o cultivo da uva Itália no Vale do Submédio São Francisco, que a viticultura ganhou espaço como atividade comercial nas regiões tropicais do Brasil. Daí em diante, houve rápida evolução na tecnologia de produção e significativa expansão da área cultivada com uvas finas de mesa.
As uvas americanas e híbridas, apesar de sua rusticidade e boa aceitação no mercado brasileiro, tanto para consumo in natura como na forma de vinhos de mesa e de suco, permaneceram restritas às condições de clima temperado, nos tradicionais pólos produtores do Sul e do Sudeste, até o final da década de 1990. Até esta época, no grupo das cultivares americanas e híbridas cultivadas em climas quentes, merece registro apenas a Seibel 2, cultivada em Pernambuco pela Vitivinícola Santa Maria, em Santa Maria da Boa Vista, PE, para a elaboração de vinho base para vinagre.
A tecnologia para a produção de uvas americanas e híbridas em climas quentes, bastante diversa daquela utilizada para as cultivares de Vitis vinifera, foi desenvolvida no Brasil, em grande parte, a partir de meados da década de 1990, com as pesquisas conduzidas pela Embrapa Uva e Vinho na Estação Experimental de Viticultura Tropical-EEVT, em Jales, SP (Maia et al. 1998; Maia et al., 2001). Além dos trabalhos formais de pesquisa, o acompanhamento feito pelos pesquisadores em áreas de produção, implantadas sem o devido domínio tecnológico em Jales e nos municípios de Nova Mutum e Primavera do Leste, no Estado do Mato Grosso, foi de grande importância para a consolidação do pacote tecnológico que ora é