Sinopse the doctor
Sim, estou traçando uma linha imaginária entre os Médicos e as Pessoas.
Não é um tipo de arrogância ou de desprezo – mas sim uma simples constatação que todos nós reagimos de maneira diferente quando estamos diante de um homem ou mulher que pode simplesmente nos dizer “você não tem mais que cinco minutos de vida”.
Neste filme, William Hurt interpreta o médico/paciente Dr. Jack que sofre de um mal: câncer nas cordas vocais. Você tem contato com um profissional admirado que se ocupa quase que unicamente de seu trabalho, tanto que sua família é “alocada” no filme – pois em uma das muitas cenas interessantes, você chega a acreditar que a esposa do Dr. Jack é apenas uma paquera “acidental” de percurso. O curioso é que o médico tem um filho com o qual tem um contato limitado: ambos parecem já não saber mais o que dizer um ao outro.
Jack é um médico solitário, egoísta e totalmente indiferente aos seus pacientes, os quais são apenas números em um papel com leitos de hospital. A doença com tudo o leva de encontro a si mesmo: na condição de paciente, ele quer ser tratado com relevante diferença, pois não se posiciona enquanto paciente e sim enquanto médico. O caso é que o médico Jack descobre como é ser apenas um número em um papel com leito num hospital onde ele trabalha há mais de dez anos.
O filme mostra uma transformação interessante: Jack se humaniza devido a sua doença porque consegue um olhar sobre si mesmo, seja através da demora de um exame ou da espera por uma resposta sobre o andamento de seu tratamento ou ainda da indiferença por parte da médica que o atende. E há ainda a jovem com um tumor no cérebro (Elizabeth Perkins) que se torna amiga de Jack – uma jovem que enfrenta seu destino com calma e tranqüilidade, mesmo estando diante do inevitável: sua morte. E mesmo sua morte sendo conseqüência da burocracia que rege o universo hospitalar, ela é dócil, amável e trata as pessoas com aprazível amorosidade,