Sindrome de tourette
A Síndrome de Tourette (ST), desde sua criação, tem fascinado tanto a neurologistas como psiquiatras. A inter-relação entre os fatores neurológicos, psicológicos, genéticos e ambientais fazem dela um modelo único entre todos os transtornos neuropsiquiátricos.
Com o advento dos psicofármacos e especialmente do haloperidol - que se mostrou como de alguma eficiência na supressão dos tiques - onde psicoterapias psicodinâmicas, hipnose, narcoanálise, inalação de dióxido de carbono e eletroterapia falharam, aconteceu um impacto.
Até então as tendências psicodinâmicas dominavam o entendimento sobre a gênese desses distúrbios, sem que, no entanto, as terapias empregadas obtivessem sucesso. Naturalmente que isso determinou diferentes tipos de tratamento para os acometidos, na dependência do treinamento e da ideologia de cada médico. Em vista disso, um movimento de estudiosos chegou a propor uma concepção que agradava aos dois grupos divergentes: o haloperidol foi aceito como eficaz no tratamento dos sintomas, porém as causas subjacentes seriam de natureza psicodinâmica.
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2. Conceito
Síndrome de Tourette é um distúrbio neuropsiquiátrico caracterizado por tiques múltiplos, motores ou vocais, que persistem por mais de um ano e geralmente se instalam na infância.
Na maioria das vezes, os tiques são de tipos diferentes e variam no decorrer de uma semana ou de um mês para outro. Em geral, eles ocorrem em ondas, com frequência e intensidade variáveis, pioram com o estresse, são independentes dos problemas emocionais e podem estar associados a sintomas obsessivo-compulsivos (TOC) e ao distúrbio de atenção e hiperatividade (TDAH). É possível que existam fatores hereditários comuns a essas três condições. A causa do transtorno ainda é desconhecida.
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3. Sintomas, diagnósticos e tratamento
3.1 Sintomas A criança com a ST exibe múltiplos tiques motores involuntários. Estes tiques podem ser