Simplicidade e Complexidade do modelo CAPM
Quanto vale uma empresa? O cálculo do valor econômico de uma empresa requer a estimativa de três parâmetros fundamentais...
Os fluxos de caixa livres nos anos futuros para financiadores e acionistas – entradas menos saídas de caixa;
A taxa de desconto desses fluxos – o custo médio de capital;
A dívida da empresa, a valor atual.
O raciocínio é o mesmo do desconto de duplicatas a vencer: o valor presente de uma duplicata é o seu valor de face descontado a uma taxa que reflita o risco de que não se obtenha esse valor de resgate no momento devido. Similarmente, o valor de uma empresa é a soma dos valores presentes de promessas de retornos futuros, que devem ser descontadas a uma taxa que reflita seu risco de não ocorrência. E o valor da empresa deve excluir a dívida total contraída, a preço de mercado. O raciocínio aqui apresentado, que permite precificar empresas com base em seus fundamentos, não é o único, mas aquele tecnicamente mais defensável.
A taxa de desconto corresponde ao custo de capital – ou custo médio de capital - da empresa e corresponde à média ponderada entre o custo de capital de terceiros e o custo de capital próprio. O custo de capital de terceiros é o custo de captações marginais de financiamentos, ou seja, é o preço do dinheiro a ser emprestado à empresa por entidades financiadoras ou por investidores que adquiram seus títulos de dívida, que podem ser debêntures, notas comerciais e outros.
Deve-se considerar, no cálculo do custo do capital de terceiros, o benefício fiscal, eventualmente, provocado por financiamentos, já que os juros reduzem o imposto de renda e a contribuição social. Mas tal consideração só é válida para as empresas que adotam a tributação pelo lucro real, já que o critério do lucro presumido não agrega benefício fiscal.
O modelo de precificação de ativos financeiros – capital assets pricing model ou CAPM –, criado pelos professores Henry Markowitz e William