SEXUALIDADE E PODER
Através deste trabalho, visamos discutir as formas de saber da sociedade e dos indivíduos acerca da sexualidade, a partir do texto “Sexualidade e Poder”, de Michel Focault (2004). Segundo o autor, a noção de sexualidade em nossa sociedade está vinculada a um fenômeno cultural chamado por ele de Supersaber, no qual o saber científico e normativo se sobrepõe a um saber pessoal e experiencial. Para Foucault, mesmo Freud, que marcou no século XIX uma revolução na noção de sexualidade, destacava o desconhecimento do indivíduo sobre o seu desejo. A questão central do texto é justamente investigar de que forma ocorre em nossa sociedade essa produção de teorias sexuais que constituem uma verdade absoluta, mais importante do que a de qualquer indivíduo. Certamente essa “verdade absoluta” carrega consigo diversas noções de padrões morais que acarretam atitudes de preconceito e alienação do sujeito.
Sexualidade e poder
Focault faz um breve relato da história da sexualidade ocidental, dividindo-a em três momentos marcantes: Antigüidade Grega e Romana; Cristianismo e Sociedade Burguesa, e séc. XIX, a partir das idéias de Freud. Diferenciando-se da sociedade ocidental, as sociedades orientais sempre tiveram como objetivo do saber sexual a intensificação do prazer, enquanto as do ocidente seguiram cada vez mais idéias moralistas e de investigação científica (saúde, etc.).
A época descrita por Focault como Antigüidade Grega e Romana seria o momento de maior liberdade, no qual a sexualidade nem mesmo “existia” enquanto conceito separado da vida comum, sendo tratada como mais um dos aspectos do homem. Jurandir Costa retrata muito bem esse quadro em seu artigo “Os gregos antigos e o prazer homoerótico” (1994): “Na Grécia Antiga não existiam palavras para designar o que chamamos de ‘Homossexualidade’ ou ‘Heterossexualidade’ porque simplesmente não existia a idéia de sexualidade”. Como exemplo, veja a Ilha de Pompéia.
Segundo Focault, a idéia de que o cristianismo