Serviço social
O primeiro dos direitos naturais do homem é o direito de viver. O primeiro dever é defender e proteger o seu primeiro direito: a vida. O mais elementar direito humano é o de nascer. Os outros: liberdade, educação, saúde, trabalho, justiça, cidadania, só ganham sentido se houver o ser humano para desfrutá-los. Cercear o direito à vida é negar todos os demais. A Humanidade se divide na hora de definir em qual momento a vida tem início. Seria na concepção? Seria antes? Seria depois? Em torno desta divergência surge a dúvida sobre a legitimidade do aborto. Grupos pró e contra levantam suas bandeiras, centrados no foco de seus respectivos interesses. Há posições das diversas ciências como psicologia, antropologia, medicina. Há postulados morais e religiosos. Há as diferentes correntes sócio-políticas. Segundo dados do Ministério da Saúde, o aborto contribui com 15% da mortalidade materna no país e é a quarta causa de morte materna, ocasionando 3,4 mortes de mulheres a cada 100 mil nascidos vivos. Em 2009, foram realizadas 183,6 mil curetagens – procedimento realizado após aborto espontâneo ou provocado para limpar o útero – no Sistema Único de Saúde. Dentro das razões previstas em lei, foram realizados 1.850 abortos. Nos últimos 20 anos as mulheres que optam pelo aborto provocado têm entre 20 e 29 anos, vivem uma união estável, estudaram até oito anos, são trabalhadoras, católicas, com pelo menos um filho e usuárias de métodos contraceptivos, como mostra relatório coordenado por Debora Dinis e Marilena Corrêa, intitulado 20 Anos de Pesquisas Sobre Aborto no Brasil, financiada pelo Ministério da Saúde, que sistematizou 20 anos de publicações sobre o tema do aborto no país. Na adolescência, as meninas que praticaram aborto, de acordo com o relatório, estão entre 17 e 19 anos, dependem financeiramente dos pais ou do companheiro, vivem um relacionamento conjugal estabelecido e não planejaram a gravidez. Nos dois grupos, o método mais utilizado