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BONETTI, Dilséa A et alli. Serviço Social e Ética: convite a uma nova práxis. Cortez, São Paulo, 2003.

Bonetti juntamente a outros autores organizam uma coletânea de textos que vão promover o debate da ética profissional do assistente social na contemporaneidade, ou melhor abrange um debate entre os dois últimos códigos de ética.

Com base no contexto histórico de 1970 no cenário mundial e nacional os autores iniciam o debate sobre a contextualização sócio política do momento e o que isto reflete para aconstrução da ética profissional.

Nos marcos do Movimento de Reconceituação o Serviço Social vive uma dicotomia ao mesmo tempo em que compreende a relação da prática ética com a prática política. Motivado pelos movimentos sociais e, cabe destacar o da classe trabalhadora, os assistentes sociais se aproximam do debate político socialista e de defesa da democracia. Neste momento, o Brasil vivencia um cenário de lutas por direitos sociais e políticos, mas enfaticamente o segundo, cerceado pelo autoritarismo da ditadura militar.

O marco da década de 1980 apresenta um mundo desgastado pela crise capitalista e em busca de uma estabilização econômica, vivendo uma grande recessão num cenário totalmente contrário ao vivido nas décadas anteriores conhecido como os “anos dourados” do capital.

Dentro deste contexto há uma crise dos projetos societários, socialismo e democracia, que refletirá também em uma crise da ética.

No Serviço Social o passado assistencialista e de funcionalidade ao ethos burguês confronta com uma identidade social de trabalhador, que também sofre os frutos da relação perversa entre capital e trabalho. A aproximação da teoria social de Marx, a princípio por meio daqueles que escreviam sobre ele e depois o contato direto, levam o Serviço Social a um estudo mais profundo sobre a questão social e sua manifestações expressas no cotidiano, o que refletirá no cerne da profissão um amadurecimento teórico, que será denominado “salto qualitativo”