Serviço social
O objetivo do texto é trazer elementos para o debate sobre a formação profissional no contexto da contrarreforma da educação superior no Brasil e suas implicações para o Projeto Ético-Político do Serviço Social, uma vez que a formação se constitui como um de seus pilares. Diante deste propósito, a partir de dados do desenvolvimento da política de educação superior nos últimos anos, será explicitado como tem se evidenciado a lógica quantitativa em detrimento da qualidade do ensino. Nesse bojo, o crescimento da modalidade do ensino a distância como uma das marcas mais evidentes da precarização, mercantilização e negação da educação como um direito, apontando, assim, numa perspectiva crítico analítica, o seu claro declínio como política pública brasileira.
Em contraponto a essa direção de adestramento, retoma-se também neste artigo os princípios formativos que orientam a formação profissional em Serviço Social, ressaltando as Diretrizes Gerais da Abepss (1996), afirmando a incompatibilidade entre o ensino a distância e a formação profissional.
Por fim, busca-se resgatar as lutas e estratégias de enfrentamento construídas democraticamente e incorporadas pelas entidades organizativas do Serviço Social brasileiro, a fim de ampliar esse debate e reafirmar a defesa do projeto profissional.
O Serviço Social brasileiro, desde o chamado "Congresso da Virada" (1979), tem na formação profissional uma das suas prioridades, seja na sua dimensão acadêmica (com o crescimento das pesquisas e pós-graduação), seja na suas dimensões político-organizativas (por meio do debate profícuo e ações de suas entidades organizativas). Tal preocupação se explicita de modo sistematizado no processo de formulação, aprovação e posterior implantação das Diretrizes Gerais da Abepss (1996).
Entretanto, após esse rico processo coletivo de definição do Projeto de Formação Profissional, já se começa a conviver com as medidas deletérias do Estado neoliberal, assolando o campo das