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Nosso Tempo " Carlos Drummond de Andrade"
Companheiro(as)
Vamos analisar o Poema de Carlos Drummond, sobre o Prisma de:
"Marlene de Castro Correia" É Doutora em Letras, especialista em literatura brasileira, e Professora Emérita da UFRJ.Tem artigos e ensaios publicados em periódicos e livros nacionais e estrangeiros sobre temas importantes da literatura brasileira, como Mário de Andrade, Manuel Bandeira e, claro, Drummond - seu tema mais constante. Dentre seus importantes estudos, deve-se lembrar, por exemplo, de Drummond: a magia lúcida, publicado pela Editora Jorge Zahar. É também responsável pelos verbetes sobre Mário de Andrade, Macunaíma e Drummond do Dicionário Enciclopédico de las Letras de America Latina.
RESUMO
Este artigo discute, a partir do poema "Nosso tempo", a forma como a poesia de Carlos Drummond de Andrade apreende e trata o seu tempo histórico-cultural. Através de uma análise minuciosa do estrato semântico, da linguagem metafórica, da construção sintática e das marcas retóricas e estilísticas desse poema, mostra que o momento histórico que o poeta reproduz acarreta a fragmentação e a alienação do homem, exigindo dele uma tomada de posição política. Ao comparar os procedimentos de composição do poema aos filmes de Chaplin, pela coesão de sua estrutura, pelo encadeamento preciso entre suas partes, pela coerência entre os diversos materiais que o compõem e pela sintaxe que o sustenta, faz-nos ver o trabalho "do operário-artesão-artista" cuja função parece ser a de restaurar simbolicamente a união dos homens no mundo capitalista fragmentado e pulverizado.
Composto de oito partes, "Nosso tempo", de A rosa do povo (1945), inicia-se com o dístico "Este é tempo de partido / tempo de homens partidos", que lança o leitmotiv do poema, expresso em discurso de extrema economia e densa significação, ressaltada pelo jogo entre os termos "partido" e "partidos", que sintetizam a apreensão drummondiana do seu tempo