Serviço Social e o projeto profissional
Pensar o projeto profissional supõe articular essa dupla dimensão: de um lado as condições macrosocietárias que estabelecem o terreno sócio-histórico em que se exerce a profissão, seus limites e possibilidades, e, de outro lado, as respostas técnico-profissionais e ético-políticas dos agentes profissionais nesse contexto, que traduzem como esses limites e possibilidades são analisados, apropriados e projetados pelos assistentes sociais ( Iamamoto, 2012, pag.41)
É no curso da década de 70, que emergem visivelmente as transformações societárias já sinalizadas na década anterior, que irão marcar os anos 80 e 90.
Nos anos 70 o capital monopolista se vê compelido a encontrar alternativas para a crise em que é mergulhado naquela quadra, onde explode a primeira recessão generalizada da economia capitalista internacional. Chegava ao fim o padrão de crescimento das três décadas gloriosas do capital monopolista, onde havia o “pacto de classes” expresso no Welfare State.
Não houve aqui no Brasil um Welfare State a destruir, a efetividade dos direitos sociais é residual, não há gorduras nos gastos sociais de um país com os indicadores sociais que temos. Há aqui um projeto burguês de hegemonia, compatível com a desregulação e flexibilização do trabalho, escamoteado pelo neoliberalismo.
As transformações societárias processam-se no Brasil mediadas pela inserção subalterna do país no sistema capitalista mundial.
A crise dos anos 70 assinalou a exaustão do padrão capitalista monopolista, fundado num regime de acumulação flexível, designado como fordista-keynesiano, recorrendo a um outro regime de acumulação flexível, pois as crises no capitalismo são cíclicas.
A conformação dessa nova ordem societária cria assim, um novo espaço sócio-ocupacional para o assistente social e para um conjunto de outras profissões na divisão sócio-técnica do trabalho.
O Serviço Social emerge na sociedade capitalista em seu estágio monopolista, onde a