O ensino em serviço social e a construção de um projeto profissional nas décadas de 1980/90.
Esse projeto de profissão e de formação profissional, hoje hegemônico, é historicamente datado. É fruto e expressão de um amplo movimento da sociedade civil desde a crise da ditadura, afirmou o protagonismo dos sujeitos sociais na luta pela democratização da sociedade brasileira. Foi no contexto de ascensão dos movimentos sociais, das mobilizações em torno da elaboração e aprovação da Constituição de 88, das pressões populares que redundaram no afastamento do Presidente Collor, que os assistentes sociais foram sendo questionados pela prática política de diferentes segmentos da sociedade civil. E os assistentes sociais não ficaram a reboque desses acontecimentos. Ao contrário, tornaram-se um dos seus co-autores, co-participantes desse processo de lutas democráticas na sociedade brasileira. Encontra-se aí a base social da reorientação da profissão nos anos 80. O Serviço Social deu um salto de qualidade em sua autoqualificação na sociedade.
Um amplo debate em torno das políticas sociais publicas, em especial da assistência social, situada no campo dos direitos sociais, na teia das relações das relações entre Estado e a sociedade civil, contribuiu para adensar o debate sobre a identidade desse profissional, fortalecendo o seu auto-conhecimento. A relação do debate atual com esse longo trajeto é uma relação de continuidade e de ruptura.