Serviço social: identidade e alienação
MARTINELLI, Maria Lúcia. Serviço Social: identidade e alienação. – 11 ed. – São Paulo: Cortez, 2007.
O Serviço Social é uma das poucas profissões que trata da questão humana, no seu sentido mais intrínseco possível, sem penetrar no âmbito da Psicologia, porém, buscando suprir as necessidades humanas, sem oferecer esmolas, mas necessariamente inclinado os necessitados para a evolução humana e social. Estando a serviço do setor público ou privado, busca conciliar as duas partes (instituição e usuário) na tentativa de aproximá-los sem prejuízo para nenhum dos dois.
O texto que segue, delineia perfeitamente a trajetória que esta profissão fez, até tornar-se o ofício que se dispõe a realizar na atualidade. Merece destaque, ainda, a rica história que esta profissão contém em suas origens, de maneira que poucas possuem um “arsenal” tão grande e complexo de fatos e motivos que levaram a sua criação. Trata-se, então, de uma profissão que está historicamente situada e principalmente criada para atender a uma forte demanda da época: para aproximar os antagonismos, para diminuir as cisões e as lacunas sociais, para aproximar as classes e buscar sempre o acesso aos direitos. Mostra ainda todo o percurso feito pelo capitalismo e seu incrível modo de produção, que não mediu esforços e não poupou sequer a humanidade exclusiva do ser humano, e expandiu-se exageradamente, reconhecendo-se também ser o Serviço Social, senão uma de suas profissões, mas, no mínimo fruto de suas estratégias para encobrir a face do pauperismo e da ‘questão social’. Usando de ideologias, e tantos outros recursos, invadiu a sociedade, criou sociedades novas e dilacerou até a convivência familiar, porém, não deixou de se expandir e, juntamente com seu progresso causou miserabilidades ferrenhas e desumanas, precisando recorrer ao Estado a ações assistenciais para tentar suprir suas profundas marcas de exploração e alienação feitas na estrutura