ser e ser
- José William Vesentini -Não se deve aceitar sem mais os termos usuais de um problema, escreveu em1935 um conhecido filósofo. A atitude crítica implica aqui em repropor, recriar ainterrogaçao, pois não há uma pergunta que resida em nós e uma resposta queesteja nas coisas: a solução está também em nós e o problema reside também nascoisas. Há algo da natureza da interrogação que se transfere para a resposta. YvesLacoste, neste livro, parece ter assimilado de forma notável esse ensinamento.Procurando interrogar a geografia, o saber geográfico e as práticas que oconstituem ou implementam, Lacoste deixa de lado algumas velhas e renitentesquestões e propõe outras.A pergunta essencial, que perpassa todos os capítulos da obra e norteia seusconteúdos, é esta: para que serve a geografia? Ou, em outros termos, qual é a suafunção social? Possui ela alguma outra utilidade que não seja a de dar aulas degeografia? (e, afinal, por que existem essas aulas?) Os termos usuais dessaproblemática, como sabemos, costumam ser outros: o que é geografia? Ela é ounão uma ciência? Ao reelaborar essas questões, o Autor evita o ardil positivista do"objeto específico de estudos" a ser delimitado - complementar àquele dacientificidade como deus ex machina dos dramas da Razão -, enveredando por umterreno mais profícuo: o da práxís dos geógrafos, do papel político-estratégico dessesaber denominado geográfico.mnlaoioahkgjaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa- aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa- aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa- aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa- aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa- aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa- aaaaaaaaaaaaaaaaaaRESUMO: O objetivo deste artigo é fazer algumas reflexões acerca dos debates travados durante o I Colóquio Nacional de Epistemologia da Geografia sobre a tendência de análise geográfica