Seqüência descritiva e Seqüência explicativa
A seqüência descritiva caracteriza-se pela apresentação da imagem de um determinado objeto (coisa, pessoa, animal, ambiente, cena rotineira...). Para construir essa imagem, o enunciador assume três atitudes: nomeia, localiza/situa e qualifica o objeto. Se, em um texto, esse tipo de seqüência (completa ou não) for exclusiva ou dominante (uma vez que outras seqüências podem fazer-se presentes), diz-se que se trata de um texto descritivo.
Assim como a seqüência dialogal, a descritiva também é estruturada em macroproposições:
a) ancoragem: operação por meio da qual o objeto descrito torna-se conhecido pelo ouvinte/leitor já no início da seqüência descritiva;
b) afetação: operação pela qual o objeto descrito torna-se conhecido pelo ouvinte/leitor geralmente no final da seqüência narrativa;
c) aspectualização: operação que consiste em descrever o objeto a partir de suas propriedades (dimensão, forma, volume, cor, idade...) e/ou partes (cabeça, pé, lado direito...);
d) colocação em relação: operação que consiste em informar ao ouvinte/leitor como o objeto “está” em determinado lugar e momento. Ou ainda em descrevê-lo em função de uma analogia com outro objeto (sob forma de comparação ou metáfora);
e) tematização: operação que consiste em expandir as propriedades, as partes, a situação e a assimilação por meio de aspectualização ou colocação em relação;
f) reformulação: operação que consiste em modificar o tema inicial, uma propriedade ou uma parte do objeto descrito. São formas lingüísticas da reformulação: da simples aposição ressaltada pela pontuação (:) à utilização de um verbo ou expressões, como: “N é...”; “em suma”; “em resumo”; “em uma palavra”; “isto é”; “em outras palavras”
Muito dificilmente, encontra-se uma seqüência descritiva que apresente todas essas macroproposições. Em anexo a este texto teórico, há um exemplo prototípico analisado.
Para desenvolver uma seqüência descritiva, o enunciador precisa ter a capacidade