Sentinela da Liberdade
Resumo
O presente artigo aborda a trajetória de Cipriano Barata, jornalista e revolucionário bahiano, que por mais de quarenta anos esteve presente na vida pública. O objetivo é apresentar a polêmica personalidade deste jornalista, político, filósofo e cirurgião que aparece na historiografia brasileira no final do século XXVIII e permanece até os anos trinta do século XIX, com grande projeção e destaque. O foco principal do texto centra-se na atuação do jornalista e em seu jornal Sentinella da
Liberdade. Para contextualizar as atividades de Cipriano tecemos alguns comentários sobre a complexa conjuntura social e política daqueles anos.
Palavras-chave: Jornal Sentinella da Liberdade, Cipriano Barata, Conjuração Bahiana.
Introdução
O século XVIII foi povoado de eventos de grandes dimensões que traçaram os contornos do mundo contemporâneo. Na arena política, a revolução francesa seria o momento máximo e influenciador de inúmeras outras ações de natureza revolucionária que eclodiriam em várias partes do globo, no século seguinte. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão que definia que todos eram iguais perante a lei, tornou-se o documento influenciador de políticos, revolucionários e jornalistas. Precedente aos acontecimentos na França, a independência dos Estados Unidos da
América, concretizada com a publicação da Declaração de Independência a 4 de julho de 1776, também compôs o agitado cenário político daqueles anos. Há que se considerar, que nesses dois eventos, assim como, em outros ocorridos no mesmo período, como a Conjuração Mineira de 1789 no Brasil, houve uma forte presença das idéias iluministas que se replicavam nas academias e ganhavam as tribunas, os jornais e as ruas, como as de Locke expostas em seu livro Segundo tratado sobre o governo civil, no qual expõe que os homens são dotados de direitos naturais como
a vida, a liberdade e a propriedade, ou, de Rousseau e seu Contrato social,