Juciele Santos
Adquiriu experiência com o trabalho escravo como lavrador de cana-de-açúcar na Vila de Abrantes (atual Camaçari). Juntamente com o professor Francisco Muniz Barreto, e outros, foi membro da primeira Loja Maçónica brasileira, a "Loja Cavaleiros da Luz", fundada em Salvador em 1797. No ano seguinte, participou da Conjuração Baiana (1798), sendo detido quando da repressão que se seguiu. Há quem afirme que foi ele o redator do "Manifesto ao Povo Baiano", que conclamava a população à revolução.
Esteve envolvido, posteriormente, na Revolução Pernambucana (1817).
Foi deputado pela Província da Bahia às Cortes Constitucionais, em Lisboa, em 1821, identificando-se com a ala mais radical da deputação, personificando um nativismo exaltado, o que enfureceu os deputados portugueses. Diante da pressão sofrida retornou ao Brasil, defendendo publicamente a separação de Portugal. Vindo da Corte, e impedido de atingir Salvador, dominada pelas tropas portuguesas de Inácio Luís Madeira de Melo, estabeleceu-se no Recife, onde estreou na imprensa nas páginas da Gazeta de Pernambuco. Aí principiou a denunciar desde as pretensões absolutistas de D. Pedro, à ameaça de recolonisação do Brasil e o perigo que pairava sobre a Assembléia Nacional Constituinte. Pouco depois fundou o próprio veículo de comunicação, o jornal Sentinela da Liberdade na Guarita de Pernambuco, cujo primeiro exemplar sai à luz a 9 de abril de 1823. Eleito deputado pela Bahia.
As críticas valeram-lhe a detenção, por ordem do Imperador, acusado de inimigo do governo do Rio de Janeiro, logo a 17 do mesmo mês, feito que valeu a seu autor, Francisco Pais Barreto, o título de barão do Recife. Por essa razão viu-se impossibilitado de participar da Confederação do Equador (1824). Mesmo do calabouço, continuou o seu jornal. Essa ousadia foi punida