Sentidos da integralidade
Autor: Ruben Araújo Mattos. O autor analisa a palavra integralidade a partir da Constituição Federal de 1988 sob o aspecto da saúde como direito de todos e dever do Estado. O foco do texto recai sobre a integralidade como diretriz do SUS e que é majoritariamente voltada para a integralidade da assistência. A proposta central do autor é uma reflexão sobre a adesão ou não ao princípio da integralidade no âmbito do SUS e seus sentidos práticos e políticos. O texto também aborda a integralidade como uma conquista social nos anos anteriores à implantação do SUS.
O autor enfatiza a o aspecto da integralidade como “bandeira de luta” social. Ao tentar conceituar a palavra é salientado o sentido polissêmico da palavra integralidade, ou seja, existem várias “integralidades”. A partir deste pensamento a integralidade não possui um conceito definido, mas um ou vários sentidos. Daí a confusão da utilização da expressão, onde as pessoas utilizam sem conhecer o real sentido da palavra.
O primeiro sentido abordado no texto foi em relação ao movimento da Medicina Integral em oposição ao modelo Flexineriano na reformulação do currículo médico. Aqui a integralidade se opõe ao reducionismo do indivíduo a um ser somente biológico.
No Brasil a Medicina Integral esteve mais associada à Medicina Preventivista e durante boa parte dos anos 1980 foi debatida no âmbito médico. O autor destaca a tendência de afastamento da saúde coletiva da medicina e defende a integralidade como um valor a ser sustentado e defendido nas práticas dos profissionais de saúde.
Em seguida o autor retoma a discussão em torno do modelo biomédico e ressalta que o foco na doença continua presente no modelo preventivista. Porém, questiona este posicionamento ao afirmar que as ações preventivas estão deslocadas das ações assistenciais. Ou seja, as ações preventivas estão em um outro plano de ação por não estar vinculada a uma demanda individual por saúde (demanda