Condição feminina no esporte
Rogério Goulart da Silva[1]
Maria Regina Ferreira da Costa[2]
Este trabalho discute sobre a localização e identificação da mulher no esporte, entendendo-o como lugar de assimilações e conflitos que apontam arenas ambivalentes. Busca-se compreender em que condições os limites impostos ao corpo feminino podem estar relacionados às idéias inerentes ao pensamento androcêntrico. Destarte, entender em que instâncias a inserção da mulher no esporte é, ou não, determinada pelo sexo oposto. Eric Dunning (1992) afirma que o esporte é um espaço masculino importante para o funcionamento das estruturas patriarcais. Paralelamente, é possível verificar, no trabalho das mulheres de Diótima, Itália, que essas estruturas são adjacentes à história da mulher, que é marcada principalmente pela diferença dos sexos. Assim, a condição feminina no esporte instiga-nos estudos sobre os espaços e modalidades esportivas.
Palavras chave: Mulher, esporte, diferença sexual.
O LUGAR E O NÃO LUGAR DA MULHER NO ESPORTE
Sobre a localização e identificação da mulher no esporte, buscamos compreende-lo como lugar de assimilações e conflitos que apontam arenas ambivalentes. No entanto, há que primeiramente considerar que nem todas as mulheres se identificavam com o esporte e suas distintas especialidades ou modalidades. Como conclusão de um trabalho investigativo realizado numa pesquisa[3] com 90 mulheres de classe trabalhadora, educadas até finais dos anos sessenta do século passado, qual relação elas guardavam e guardam com o esporte, obtivemos ampla maioria de respostas evasivas e/ou negativas do ponto de vista da identificação feminina nesse espaço/campo de participação social humana. Na fala daquelas que se identificavam por alguma razão, denotava-se que a relação delas, não se dava pela prática ou envolvimento direto no meio esportivo como tem acontecido nos últimos anos. Algumas mulheres entrevistadas no RG do Sul, por exemplo, estabeleciam relação