senso comum
Paulo Pozzebon
Também chamado de conhecimento vulgar ou conhecimento empírico, o senso comum pode ser entendido, numa primeira aproximação, como a opinião comum dos membros de um grupo a respeito de um tema. Falando mais rigorosamente, o senso comum é um conjunto de opiniões e informações que, divulgadas, repetidas e ensinadas, se tomaram conhecidas e utilizadas por todos os membros de um grupo social. 0 senso comum reúne, de modo pouco organizado, fatos históricos e lendas, conhecimentos científicos popularizados e superstições, valores morais e políticos, crenças religiosas, mitos, normas de comportamento e de “boa educação”, costumes e todo tipo de elaboração cultural. O senso comum é, portanto, o conjunto dos elementos culturais que se tomaram referências comuns a um determinado grupo social. Reunidos, esses elementos constituem uma visão de mundo, isto é, a forma como um determinado grupo concebe o mundo em que vive.
Considerado como forma de conhecimento, o senso comum costuma ser descrito como conhecimento vulgar, superficial, desorganizado, contraditório, baseado em aparências e desprovido de razões que justifiquem suas afirmações. São exemplos disso as conversas de boteco, as opiniões apaixonadas sobre o futebol ou a politica, os boatos, os preconceitos, etc. E por isso que se costuma opor o conhecimento de senso comum ao conhecimento cientifico (racional, coerente e justificado).
Essas características, que motivam criticas e desconfianças em relação a veracidade de suas afirmações, não invalidam, entretanto, todo o conteúdo do senso comum. Pertencem ao senso comum a criatividade e a sabedoria populares, sob as formas da arte, dos provérbios, da literatura, do cancioneiro, da culinária e de numerosas tradições. A esses conhecimentos, verdadeiros apesar de desorganizados, por vezes geniais, apesar de seus criadores não serem conhecidos, dá-se o nome de bom senso. Também ele está presente, quando o senso comum orienta a vida e as