senso comum x conhecimento cientifico

Em contraposição ao modo vulgar ou empírico de conhecer, a ciência é definida como um conhecimento que não só apreende ou registra os fatos como também os demonstra pelas suas causas determinantes ou constitutivas. Esse conhecimento exige uma atitude objetiva face ao real, mas requer também do homem um espírito crítico-criativo.
O cientista não se caracteriza pela erudição, mas pela busca da evidência dos fatos. O homem comum vê a natureza, ouve a natureza; o cientista a interroga, quer explicações. Só a evidência dos fatos, objetiva e irrefutável, sacia o seu desejo de conhecer o “como” e os “porquês” dos fenômenos. Esse espírito positivo e de objetividade torna o cientista prudente e cauteloso em suas afirmações. Ciência não é literatura de ficção.
Mas não parece contraditório afirmar que o espírito científico deve ser criativo, a criatividade científica versa sobre a elaboração de hipóteses, de instrumentos e processos de pesquisa. Por outro lado, é seu espírito crítico que estará sempre a analisar, questionar, submeter a exame, julgar a validade das soluções estabelecidas. Ele deve ter consciência que lhe cabe, através de seu espírito-crítico, descobrir fórmulas e processos de aplicação dos conhecimentos científicos para o bem-estar e avanço da sociedade.
Deduz-se do exposto que, se através da objetividade o cientista pode chegar ao conhecimento dos fatos e de suas causas, é através do espírito crítico-criativo que chegará à descoberta de novos instrumentos e processos de pesquisa e de como os seus conhecimentos podem ser aplicados em função da melhoria das condições da vida humana.
RUIZ, João Álvaro. Metodologia científica: guia para eficiência nos estudos. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1990.