Senhora
Seixas, a caminho da casa da noiva, flertou com Adelaide, noiva de Torquato. Sr. Lemos presenciou o fato e tratou logo de tornar-se amigo do pai da moça, Tavares do Amaral, recomendando-lhe Seixas como bom partido para sua filha.
“Amaral não via de boa sombra a intimidade de sua filha Adelaide com o Dr. Torquato Ribeiro, que além de pobre, estava desarranjado. A ideia do Lemos sorriu-lhe. Achou modos de introduzir em casa Seixas, para quem este novo conhecimento veio a ser um tônico poderoso.”
Passado o entusiasmo inicial, Seixas começou a rever com objetividade o seu noivado com Aurélia. Jamais poderia viver longe da sociedade, retirado desse mundo elegante que era sua pátria, e o berço de sua alma.
“As naturezas superiores obedecem a uma força recôndita. É a predestinação. Uns a têm para a glória, outros para o dinheiro; a dele era essa, a galanteria.”
Uma noite, porém, Seixas se mostra mais preocupado na despedida. Aurélia percebe e disse-lhe:
“- A sua promessa de casamento o está afligindo, Fernando; eu lha restituo. A mim basta-me o seu amor, já lho disse uma vez, desde que mo deu, não lhe pedi nada mais.
Fernando opôs às palavras de Aurélia frouxa negativa, e formulou uma pergunta cuja intenção a moça não alcançou:
- Julga você, Aurélia, que uma moça pode amar a um homem, a quem não espera unir-se?
- A prova é que o amo, respondeu a moça com candura.
- E o mundo? proferiu Seixas com reticências no olhar.
- O mundo tem o direito de exigir de mim á dignidade da mulher; e esta ninguém melhor do que o senhor sabe como a respeito. Quanto a meu amor não devo contas senão a Deus que me deu uma alma, e ao senhor a quem a entreguei.”
Foi nestas circunstâncias que Seixas recebeu o oferecimento do Amaral, e cedendo às suas instâncias amáveis, começou a frequentar-lhe