Semióforo e nação

A autora afirma que o termo “nação” é um semióforo porque esse termo significa algo simbólico, criado para representar algo abstrato que incentive as pessoas a acreditarem em suas ações para alcançarem determinados objetivos. Nesse sentido a autora faz referência às circunstâncias da criação do termo nação, que foi criado, inicialmente para representar a ideia de povos bárbaros, que viviam sem os preceitos do cristianismo, mais especificamente da igreja católica. Mais tarde passou a ser usada no sentido de representar a ideia de um território com fronteiras definidas, habitado por um povo de costumes e cultura semelhante, que lutam lado a lado para alcançarem seus objetivos e que estão debaixo de um poder paternal que os une e protege. Por causa dessa representação de ideias abstratas que os dois termos carregam é que a autora afirma que o termo “nação” é um semióforo.
O mito é uma explicação simbólica e imaginária da realidade no sentido de explicar certos hábitos, comportamentos e até coisas físicas, como acidentes geográficos, por exemplo. Os mitos ajudam certos povos a manterem sua unidade, sua cultura, seus costumes e valores éticos e morais. Nesse sentido, o sentido dado ao uso do termo nação, foi justamente o de criar a ideia de um povo que nasceu em um determinado território, em determinadas circunstâncias e que constroem juntos a sua história, enfrentando as mesmas dificuldades e compartilhando os sucessos e fracassos dessa jornada. Aqui os termos mito e nação se relacionam porque criam uma ideia de vínculo, representam uma ligação abstrata e subjetiva. Nação, nesse caso, transmite a ideia de que o território em que as pessoas vivem é uma entidade materna abstrata que guarda e protege seus filhos.