Pensamento social

CURSO: Licenciatura em Ciências Sociais
Por quê, de acordo com Marilena Chauí, podemos considerar a “nação” como um semióforo?
Qual a relação entre os termos "nação" e "mito"?
Chauí afirma a sociedade brasileira como resultado de um mito criado pelas elites intelectuais do país, responsável pela permanência da união no longo processo de formação da nação. Os brasileiros construíram formas de mitificação das representações que têm de si através das idéias produzidas pela forte ideologia disseminada.
A autora denomina de mito fundador o processo utilizado para explicar, entender, ou ainda justificar determinada realidade, solução imaginária para tensões, conflitos e contradições que não encontram caminhos para serem resolvidos no nível da realidade. Neste contexto Chauí conceitua nação como fruto de um semióforo e não compreende a sua formação sem o processo de construção dos mesmos.
A nação se desenvolveu à partir de mitos determinantes presentes na ação humana, mitos que se perpetuam através de novas ideologias mantendo–se vivo através das gerações, dessa forma podemos considerar a nação como um semióforo, sinal capaz de ligar o visível ao invisível, permanecendo no imaginário das pessoas e transformando o irreal em real.
Os principais semióforos pertencem aqueles que detêm o poder de reproduzir e manter vivas essas crenças, o Estado, são criados de acordo com a conveniência do momento, sustentando assim o domínio da sociedade através de instituições como museus, escolas, bibliotecas e etc. A partir dos anos 1930 o ‘verdeamarelismo’ é utilizado como instrumento de fixação no imaginário popular e utilizado segundo os interesses das classes dominantes para promover a organização da nação, neutralizando as lutas do proletariado.
Apesar dos grandes conflitos sociais, a crença no gigante natural e a força de um povo heróico se sustentam na dissimulação da cidadania através destes semióforos, que mascaram a verdadeira situação, sem os quais a “ordem” apresentada