pensamento social

A dualidade de pensamento entre a democracia e o autoritarismo que a autora traz no texto se reflete em outros dois aspectos muito comuns no trabalho com políticas públicas, a centralização e descentralização.
Durante a ditadura militar o Brasil viveu um momento de extrema centralização de decisões políticas que afetavam a implementação de políticas públicas e cerceavam a participação popular nas arenas de debate, os movimentos sociais eram reprimidos e sociedade vivia sob forte orientação política. Dessa forma com a redemocratização a descentralização foi fortemente associada a democracia, por isso com a constituição de 1988 o processo de descentralização foi tão evidente e valorizado como forma de garantir a participação social.
Contudo a descentralização não carrega consigo apenas adjetivos positivos e nem a centralização apenas adjetivos negativos. O autoritarismo pode implicar em centralização mas a centralização não implica em autoritarismo.
A participação popular no processo decisório não é garantido apenas pela simples descentralização, alguns pressupostos devem ser atendidos anteriormente para que esse processo seja garantido. A garantia do acesso universal às informações necessárias para o processo decisório e a transparência dos mesmos, são exemplos de pressupostos que devem existir para que a participação popular ocorra de forma eficiente.
O processo de participação popular não ocorrerá sem o fortalecimento da democracia e a descentralização quando bem articulada, garantido os pressupostos já mostrados se transforma em uma boa ferramenta para isso. Contudo essa trajetória ainda exige a mudança de pensamento e de cultura da população que ainda não se engajou em um trabalho com movimentos sociais nem valoriza esse processo como algo que pode construir espaços públicos para o debate de políticas públicas.
Outro aspecto que não pode ser deixado de lado é o acesso as políticas públicas de forma democrática, não existirá descentralização democrática