Pensamento Social Brasileiro
ATD 1 – FERNANDA SOARES NOGUEIRA TEIXEIRA
Por quê, de acordo com Marilena Chauí, podemos considerar a “nação” como um semióforo? O que significa isso? Este é um termo utilizado pela autora Marilena Chauí (2000) em seu livro: Brasil: mito fundador e sociedade autoritária, para descrever algo que é fecundo e cujo o valor não é medido pela sua força material e sim por seu significado simbólico.
Um semióforo pode ser, um fato, uma pessoa ou uma instituição retirados da vida cotidiana desde que assumam um caráter "invisível" ou seja, que se desprenda da sua significação material inicial e possa representar outra coisa que foge do visível. Um semióforo só existe se for algo único. Por ser singular, um semióforo pode se tornar instrumento de disputa em uma organização social, em que grandes lideranças como o governo e instituições religiosas passam a utilizá-los como forma de prestígio e poder. O governo detém um semiófaro chamado nação, esse é um semiófaro matriz e que em linhas gerais denomina o local onde vive um determinado povo. A sociedade brasileira é resultado de um mito criado pelas elites intelectuais do país, capaz de mantê-la unida no longo processo de formação da nação. É com essa perspectiva que Marilena Chauí trabalha nessa obra. Segundo a autora, se criou historicamente no Brasil uma ideia positiva deste país que ficou presente nos corações e mentes das pessoas, cegando-as para as questões políticas propriamente ditas. A autora denomina de mito fundador o processo que criou condições para a chegada nesta condição e propõe-se abordar o tal processo sob uma ótica que vai além do entendimento histórico dos fatos. No Brasil em particular, explica Chauí, o mito fundador (fantasioso) é o de que Deus tratou o Brasil de modo especialmente particular, dando a ele gigantesco território, de águas límpidas. Ao território livre de desgraças naturais e de temperatura amena, de gente pacífica e ordeira, Deus reservou-lhe ainda