A Presen A Do Negro No Pensamento Social Brasileiro
Para tanto, vislumbra-se que, desde o séc. XIX, um heterogêneo conjunto de pesquisadores, equipados com material científico analítico, vem revisitando e vasculhando a história do negro na América portuguesa e produzindo uma quantidade respeitável de análises, pesquisas sob diversas perspectivas historiográficas e interpretações teóricas que têm contribuído para o conhecimento das relações sociais e raciais no Brasil, a vida do negro, sua mobilidade e sua resistência aos padrões culturais europeus.
Sobre o tema foi levantada uma gama de autores e livros relevantes. Tais obras foram selecionadas por apresentarem grande influência no conhecimento das ciências sociais no país, contribuindo fortemente para a discussão sobre o papel do negro na formação da América portuguesa, refletindo-se nos dias atuais.
Os autores selecionados são bastante representativos: Nina Rodrigues, de Os africanos no Brasil (De 1906, publicado em 1933); Arthur Ramos, de O negro brasileiro (1934); Gilberto Freyre, de Casa-grande e senzala (1933) e Darcy Ribeiro, de O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil (1995), que elaboram nesses, e em outros estudos, esclarecimentos da história, descrição das épocas, explicações das raízes do negro na sociedade brasileira.
A presença do negro na sociedade brasileira foi avaliada no pensamento social brasileiro de diferentes formas no curso da história, assinalando, durante muito tempo, as análises etnocêntricas da Ciência. Sob o símbolo dessa categoria, fortemente incutida de conotações depreciativas, mas que tratam de fatos até então nunca abordados, elaboraram-se no Brasil alguns trabalhos considerados representativos dos estudos socioantropológicos, entre os quais se incluem principalmente os de Nina Rodrigues e de Arthur Ramos.
Não faltaram, porém, no Brasil, espíritos como o de Gilberto Freyre e Darcy Ribeiro, que, embora não inteiramente livres da obscuridade do conceito de raça,