seminario
Neste conto temos a presença da antropomorfização porque Bambo (o sapo) tem uma atitude de ser humano, ele “ensina um homem a viver ” e parece ter uma visão da vida mais avançada do que o próprio Tio Arruda. Já o Tio Arruda, por seu turno, aproxima-se da zoomorfização pelo seu comportamento, diferente dos outros homens, bem próximo do sapo e da natureza que sabe escutar.
A mensagem deste conto é ainda atual, porque ainda hoje podemos aprender muito com pessoas diferentes, a amizade não tem barreiras. Tal como no conto de Torga, onde o filho do caseiro novo mata Bambo, no mundo de hoje, há pessoas que continuam a julgar outras sem sequer as conhecer. O encontro entre o sapo e o tio Arruda vem pôr em causa este modo de agir sugerindo como no mundo complicado de hoje pessoas diferentes podem ser amigas.
Neste conto o autor critica os homens ignorantes que viram as costas à natureza, alguns homens são caraterizados como máquinas seguindo um destino e sem pensaram no que fazem: “Ricos e pobres nem no brilho do sol reparavam. Comiam, bebiam e cavavam leiras, numa resignação de condenados.” (p.44)
Aqui, um pequeno sapo, que só se deixa ver depois do sol-pôr, leva o tio Arruda a perceber alguns valores da vida, como tomar conta da natureza e não tirar a vida sem razão - “É certo que matava vida. Mas unicamente aquela que, errada e parasitária, estava desde a nascença a soldo da morte.” (p.46). Distingue-se do filho do caseiro novo – este surgindo como verdadeira personagem tipo podendo representar a sociedade em geral com toda a sua insensibilidade e incapacidade de dialogar com o outro diferente - que