Sem título
Tânia da S. Agostini-Costa*, Roberto F. Vieira* e Ronaldo V. Naves**
De aparência exótica, aroma agradável e sabor singular, o caju é uma fruta perfeita para colorir, perfumar, enriquecer e diversificar pratos da culinária tropical. A referência sensorial e nutricional da amêndoa e da polpa suculenta faz desta uma das frutas nativas de maior potencial para a exploração sustentada no território brasileiro. O pedúnculo ou pseudofruto do cajueiro é consumido pelo sabor especial e pelo alto valor nutritivo, relacionado, principalmente, ao elevado teor de vitamina C.
O nome caju é oriundo da palavra indígena "acaiu", que, em tupi, quer dizer "noz que se produz".
O cajueiro é uma planta rústica, típica de regiões de clima tropical. Na amazônia tropical, as árvores apresentam porte bastante elevado; nos estados do Nordeste brasileiro, a principal espécie de ocorrência é o Anacardium occidentale L., cujas árvores apresentam pequeno e médio porte. Nas regiões de cerrado do Brasil Central as espécies nativas podem apresentar porte médio, como o cajueiro-arbóreo-do-cerrado (A. othonianum), porte arbustivo, como o cajueiro-do-campo (A. humile) ou até porte rasteiro (A. nanum e A. corymbosum). As espécies do cerrado produzem pseudofrutos aromáticos conhecidos como cajuí, caju-do-campo, cajuzinho-do-campo, caju-do-cerrado, caju-rasteiro, caju-de-árvore-do-cerrado, que possuem sabor muito agradável e tamanho bem menor do que o caju produzido no Nordeste.
O A. occidentale L. é a única espécie do gênero que é cultivada com finalidade comercial. As demais espécies são exploradas apenas por extrativismo.
O cajuí nativo no cerrado brasileiro é largamente consumido ao natural ou mesmo sob a forma de sucos, doces e geléias. O pequeno tamanho destes pedúnculos favorece a produção das famosas compotas e desidratados, também conhecidos como "passas" de caju. Por fermentação fornece uma espécie de vinho ou aguardente,