Seis passeios pelo bosque da ficção - Eco, Umberto
Umberto Eco
1 – Entrando no Bosque
- A importância do leitor na história
- Qualquer narrativa de ficção é necessária e fatalmente rápida porque, ao construir um mundo que inclui uma multiplicidade acontecimentos e de personagens, não pode dizer tudo sobre esse mundo. (o leitor deve preencher certas lacunas).
- O texto é uma máquina preguiçosa que pede ao leitor que faça uma parte de seu trabalho.
- Uma história pode ser mais ou menos rápida (quer dizer elíptica), mas o que determina até que ponto ela pode ser elíptica é o tipo d eleitor a que se destina.
- “Bosque” é uma metáfora para texto narrativo, não só para os textos de contos de fada.
- Um bosque é um jardim com caminhos que se bifurcam (metáfora de Jorge Luis Borges)
- Num texto narrativo o leitor é obrigado a optar o tempo todo.
- Leitor-empírico: pode ler de várias formas, e não existe lei que determine como deve ler, porque em geral utilizam o texto como um receptáculo de sua spróprias paixões, as quais podem ser exteriores ao texto ou provocadas pelo próprio texto. Somos todos quando lemos um texto.
- Leitor-modelo: espécie de tipo ideal que o texto não só prevê como colaborador, mas ainda procura criar. Leitor obediente, que segue as orientações do autor para a história.
- Autor-modelo: voz que nos fala afetuosamente (ou imperiosamente, ou dssimuladamente), que nos quer ao seu lado. Essa voz se manifesta como uma estratégia narrativa, um conjunto de instruções que nos são dadas passo a passo e que devemos seguir quando decidimos agir como leitor-modelo. Para identificar essa voz é preciso ler o texto várias vezes.
- Autor-empírico: quem escreve a história, mas, não necessariamente participa dela. Ex: Edgar Alan Poe escreveu Sr. Pym, narrado em primeira pessoa, mas não é Edgar a personagem.
2 – Os Bosques de Loisy
Duas maneiras de se ler um texto narrativo: – Todo texto desse tipo se dirige a um leitor-modelo do primeiro nível, que quer saber