Resenha comentada de "Entrando no bosque"
Instituto de Letras - IL
Departamento de Teoria Literária e Literatura - TEL
ECO, Umberto. “Entrando no bosque”. In: Seis passeios pelos bosques da ficção. Trad. Hildegard Feist. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.
“Entrando no bosque” é o primeiro capítulo da obra Seis Passeios pelos Bosques da Ficção, onde Eco argumenta acerca da relevância do leitor nas obras de ficção. É importante colocar que Eco inicia o texto – que é uma das conferências dadas por ele – comparando sua obra Lector in fabula com a narrativa de Italo Calvino, pois ambas apresentam o leitor inserido na história contada. Assim como Antoine Compagnon argumenta em “O leitor”, capítulo de sua obra O demônio da teoria: literatura e senso comum, Eco coloca que o leitor é uma peça fundamental na construção de uma história. Afinal, o leitor, além de considerado quando se trata de estabelecer para quem a história será contada, também faz parte da história em si.
Em seguida, Eco comenta sobre a questão temporal de uma obra, considerando tempo como longo ou curto. Ele argumenta que as narrativas da ficção são geralmente rápidas devido ao fato de que quando construimos um mundo, ou até mesmo usamos do mundo em que vivemos, para tal narrativa, temos uma grande quantidade de elementos – cenários, situações, personagens – que não é nem mesmo viável dizer tudo sobre ele. Quem finaliza a construção desse mundo e da narrativa enfim é o leitor; o leitor é quem modifica e solidifica a construção da obra.
Entretanto, há um problema quanto ao papel do leitor no que diz respeito à velocidade com que ele lê. Eco exemplifica isto com uma afirmação que Einstein teria feito sobre Kafka, onde teria dito que não conseguia ler a obra de Kafka por acreditar que a mente humana não é tão complexa a ponto de compreendê-la. Assim, é possível afirmar que nem sempre o leitor conseguirá contribuir para uma obra como dito anteriormente; o autor teria, então, o papel de produzir o