Análise
A PARTIR DOS CONCEITOS DE UMBERTO ECO EM
“SEIS PASSEIOS PELO BOSQUE”
Cachoeira - BA
2013
A filmografia que o reveste
A Pele Que Habito é um filme de 2001 e décimo oitavo longa-metragem do cineasta espanhol Pedro Almodóvar. Inspirado pelo livro francês de Thierry Jonquet, Mygale, de 1995 (publicado posteriormente sob o título Tarántula em 2005), Almodóvar criou nove versões diferentes para o roteiro até chegar à versão final. Segundo o mesmo, utilizou como inspiração cinematográfica o filme francês Os Olhos Sem Rosto de 1959. O filme foi bem recebido pelo público, principalmente pelos fãs do autor que vêem na obra uma competente reinvenção da abordagem e estilo do diretor, fazendo uso de uma temática que já era recorrente em sua filmografia. De igual maneira a crítica ficou bastante satisfeita, podendo exemplificar o fato com os altos índices de bilheteria e as inúmeras indicações em premiações ao redor do mundo.
A estrutura narrativa
A Pele Que Habito conquista quem o assiste já numa primeira sessão devido a sua estrutura narrativa que opta por apresentar as informações pertinentes à história de maneira gradativa, mas nem sempre linear, os fazendo elaborar consigo mesmos teorias a fim de completar o que ainda não havia sido dito. Para compreendermos essa estratégia precisamos antes fazer uma distinção entre o enredo e a fábula do filme a partir dos conceitos criados por Umberto Eco:
Fábula é o esquema fundamental da narração, a lógica das ações e a sintaxe das personagens, o curso de eventos ordenado temporalmente. [...] O enredo, pelo contrário, é a história como de fato é contada, conforme aparece na superfície, com as suas deslocações temporais, saltos para frente e para trás [...], descrições, digressões, reflexões parentéticas. (Eco, 1994, p. 39)
O enredo nos apresenta Robert Ledgard, um famoso cirurgião plástico que testa seu estudo sobre