Segundo Florestan
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contestatórias do poder no Brasil. Se nas revoluções burguesas européias as camadas sociais desfavorecidas (campesinato, proletariado) apresentavam-se como grupos capazes de exercer forte pressão nas estruturas de poder, o mesmo não aconteceu no caso brasileiro, ao menos não com a intensidade necessária. Essa pressão era importante no sentido de que através dela podia-se exigir que a revolução burguesa avançasse em algumas questões, estruturais inclusive, e que incorporasse algumas das demandas dessas outras classes que lhe exerciam coação. Nos países periféricos, devido à sua condição de maior heterogeneidade, as classes baixas não possuíam capacidade de se