segunda parte
Todo mundo sabe que o Egito é a terra das pirâmides, essas montanhas de pedra que se erguem como marcos desgastados pelas intempéries no horizonte distante da história. Por mais remotas e misteriosas que pareçam, elas contam-nos muito sobre a nossa própria história. Falam-nos de uma terra que estava tão completamente organizada que foi possível empilhar esses gigantescos morros tumulares durante a vida de um único rei; e falam-nos de reis que eram tão ricos e poderosos que puderam forçar milhares e milhares de trabalhadores ou escravos a labutarem por eles, ano após ano, a cortarem as pedras, a arrastarem-nas para o local da construção e a deslocarem-nas por meios sumamente primitivos até que o túmulo ficou pronto para receber o rei.
Nenhum monarca e nenhum povo teria suportado semelhante gasto, e passado por tantas dificuldades, caso se tratasse da criação de um mero monumento. De fato, sabemos que as pirâmides tinham sua importância prática aos olhos dos reis e seus súditos. O rei era considerado um ser divino que tinha completo domínio sobre eles e, ao partir deste mundo, voltava a ascender para junto dos deuses donde viera. As pirâmides elevando-se para o céu ajudá-lo-iam provavelmente a fazer sua ascensão. Em todo o caso, elas preservariam seu corpo sagrado da decomposição. Pois os egípcios acreditavam que o corpo deve ser preservado para que a alma possa continuar vivendo no além. Por isso impediam a desintegração do cadáver mediante um método elaborado de embalsamação e enfaixamento em tiras de pano. Era para a múmia do rei que a pirâmide tinha sido erigida, e seu corpo era colocado exatamente no centro da gigantesca montanha de pedra, num esquife de pedra.
Em toda a volta da câmara funerária, fórmulas mágicas e encantamentos eram escritos para ajudá-lo em sua jornada para o outro mundo
A arte egípcia influenciou os gregos que influenciaram toda a a arte