texto expõe um pouco de nossa compreensão sobre o espaço social metropolitano, com base nas situações observadas na cidade de Porto Alegre, uma metrópole do sul do Brasil, no Estado do Rio Grande do Sul. Seu contexto é de uma metrópole regional, com dinâmicas urbanas tensionadas, dado que a ocupação e o uso do solo ocorrem em espaços bastante disputados. Trata-se de um contexto em contradição, de um espaço propício à coesão, mas desigualmente ofertado para seus habitantes. Enquanto para alguns a cidade se oferta com facilidade para outros ela tende a escapar-lhes. Evidentemente o universo social é mais complexo e bem mais diverso que tais extremos. Porém, propomos concebê-los como balizadores de um importante contexto desse espaço social. Consideramos, neste sentido, dois processos de segregação: a auto-segregação dos condomínios fechados e a ocupação de áreas irregulares. A pesquisa que embasa esta análise apóia-se no arcabouço analítico da Geografia Social (DI MÉO & BULEÓN, 2007) e busca caracterizar as territorialidades de ambos os processos e investigar o cotidiano engendrado por elas. Os problemas levantados neste estudo referem-se a dinâmicas um tanto autônomas de reprodução econômica, mas também a ações que visam à constitucionalidade de um espaço urbano ordenado, sem, contudo, se garantir a solução dos problemas que lhe acompanham. A segregação, todavia, pode se constituir de varias modalidades, pois envolve ações voluntárias ou involuntárias, condicionadas por agentes de produção do espaço urbano ou por oportunidades de consumo, etc. O chamado condomínio fechado refere-se à auto-segregação característica do enclave excludente. Produz a tendência de negação do espaço público, caracterizada pela introdução da fratura no espaço social, ao mesmo tempo em que se delineia a tendência para uma transterritorialidade. Apesar de ser uma forma de morar que surge associada ao consumo das elites, difunde-se como uma tendência de uso do solo urbano, à medida que se