Schumpeter
TEORIA DAS FINANÇAS PÚBLICAS
Luciano da Silva Rocha
Resumo – Democracia: A concepção de Schumpeter
Joseph Schumpeter em sua análise não descarta a necessidade e nem diminui a importância do regime democrático no governo de um país, apenas contradiz o conceito de democracia formado pela ideologia clássica, que por sua vez, vincula as decisões políticas em concordância com o bem comum, através da racionalidade coletiva presumida. Na concepção de Schumpeter, em um aglomerado de pessoas não há como definir o que seja o bem comum e nem a racionalidade dos atos e decisões de uma multidão reunida. Os interesses de um determinado grupo não significam o bem comum, mesmo em coletividade, para o indivíduo inserido o que predomina é o seu interesse particular. Sobre a racionalidade humana, Schumpeter acredita que a empolgação de um grupo reunido em comícios ou propagandas partidárias, por exemplo, aflora a emoção das pessoas, sobrepondo a racionalidade de cada indivíduo. Desse modo, justifica que o povo não governa, e sim, produz um governo, norteia os rumos a serem seguidos pelos governantes. O conceito da democracia clássica, de que cada cidadão tem poder de decisão sobre questões políticas não é realística, pois, os problemas políticos envolvem uma gama de complexidade e de conhecimentos técnicos, não compreensíveis pela sociedade como um todo. Para Schumpeter, Norberto Bobbio e Aron, democracia não é genuinamente o elo que possibilita a soberania do povo como pressupõe a teoria clássica, e sim um artifício político transitório de concorrência pelo poder, onde periodicamente o produto em disputa e promotor de tal poder é a conquista do voto dos cidadãos. No entanto, mesmo que a soberania do povo não exista em seu contexto original, os cidadãos tem a arma da escolha, o poder de tirar do poder aquele governante que não esteja agradando. Outra conceituação importante de Schumpeter é a analogia que o mesmo faz entre