Scheler
Em
Diferença essencial entre Homem e Animal.
“Só o homem, enquanto é pessoa, consegue – como ser vivo – alçar-se acima de si e, a partir de um centro que está, por assim dizer, para lá do mundo espaço-temporal, fazer de tudo, inclusive de si próprio, um objeto do seu conhecimento.
Por isso, o homem, como ser espiritual, é o ser superior a si mesmo como ser vivo e ao mundo.
É enquanto tal igualmente capaz da ironia e do humor, que encerram sempre uma elevação sobre a existência própria.
Mas o centro a partir do qual o homem realiza os atos com que objetiva o seu corpo e a sua psique, com que do mundo na sua plenitude espacial e temporal faz do objeto, não pode ser uma “parte” deste mundo; não pode, pois, possuir sítio algum no espaço ou no tempo; só pode estar situado no fundamento mais elevado do ser”.
“A raiz da intuição humana do espaço e do tempo, que precede todas as outras sensações externas, reside na possibilidade de movimento orgânico espontâneo e de ação numa ordem determinada”.
Max Scheler (22 de agosto de 1874, Munique - 19 de maio de 1928, Frankfurt am Main) foi um filósofo alemão conhecido por seu trabalho sobre fenomenologia, ética e antropologia filosófica.
Scheler desenvolveu o método do criador da fenomenologia, Edmund Husserl, e era chamado por José Ortega y Gasset de "o primeiro homem do paraíso filosófico". Em 1954, Karol Wojtyla, posteriormente papa João Paulo II, defendeu sua tese sobre "Uma avaliação da possibilidade de construir uma ética cristã baseada no sistema de Max Scheler".
O centro do pensamento de Scheler era a sua teoria do valor. De acordo com Scheler, o ser-valor de um objeto precede a percepção. A realidade axiológica dos valores é anterior à sua existência. Os valores e seus correspondentes opostos existem em uma ordem objetiva.