SAÚDE
A história da psiquiatria é uma condição fundamental para se pensar os saberes e as práticas no campo da saúde mental, tendo em vista que a loucura já foi retratada por movimentos históricos como o Renascimento e a Idade clássica (séc.VII), embora cada um relatasse o tema de um âmbito diferente. Na primeira, a loucura é tida como uma experiência que se procurava mais exaltar do que dominar, a segunda fase abrange a quebra desta idéia, a loucura é inserida no mundo da desrazão, era tida como pertencente ao mundo da marginalidade social contribuindo historicamente para as práticas e os saberes vindouros, os loucos eram tidos como indivíduos da mesma classe dos vagabundos, libertinos e criminosos, esta classificação errônea gerou uma estigmatizarão deste ser, e por sua vez atribuía-se também um status de periculosidade aos mesmos. A falta de um conceito preciso e eficaz, conciliado a incapacidade destes indivíduos para o trabalho e a impossibilidade para o tratamento em domicilio deram origem ao status de loucura, e por sua vez, o surgimento do asilo e a transformação da loucura em doença mental. A loucura codificada em doença mental diz respeito à verdade científica, à verdade do olhar psiquiátrico.
Na Europa, o isolamento do louco passou a ser a condição necessária para a restituição da liberdade da qual a loucura o privou, isso incluía o afastamento do louco de tudo aquilo que podia provocar alienação: a família, os amigos, a sociedade. Assim, a loucura foi se constituindo como objeto de um dispositivo que teria como finalidade criar outra lógica: a ordenação de uma população estranha, perigosa e carente de razão. Dessa forma, o internamento passou a ser compreendido como uma necessidade da medicina: o insensato, irresponsável, alienado não deveria mais ser objeto de exclusão por meio do aprisionamento e sim de um novo tipo de relação: a tutela.
O internamento tornou-se a única e necessária resposta ao