saúde
CONCEITO
A raiva é uma doença infecciosa aguda, causada por um vírus, que compromete o Sistema Nervoso Central (SNC). Pode acometer todas as espécies de mamíferos, incluindo o homem, sendo seu prognóstico fatal em praticamente todos os casos. É uma zoonose (antropozoonose) que tem como hospedeiro, reservatório e transmissor, o animal que, dependendo da situação, transmite a doença aos humanos através da mordedura, arranhadura ou lambedura.
HISTÓRICO
É conhecida desde a Antigüidade, quando a referiam como uma doença que acometia cães e homens, tornando-os “loucos”. Sempre foi uma doença muito temida devido à transmissão, ao quadro clínico e à evolução. Civilizações antigas acreditavam que a doença era causada por modificações sobrenaturais, pois cães e lobos ficavam como possuídos por demônios. Os egípcios entendiam que a Sírius (constelação Cão Maior) exercia influência maligna sobre os cães, alterando seu comportamento. Outros pensavam que era causada por um veneno contido na saliva dos animais. Encontra-se citado em legislação da Mesopotâmia, do século XXIII antes de Cristo, que no caso de um animal causar a morte de uma pessoa, seu dono deveria recolher dinheiro aos cofres públicos, já demonstrando ser a raiva um problema da época. Vários filósofos gregos e romanos estudaram a doença, entre os séculos IV a.C. e I a.C., como Demócritus (500 a.C.), Aristóteles (322 a.C.), Cornelius Celsius e Galeno (200 a.C.) e a descreveram em animais e homens, sua transmissão entre os animais e destes para o homem, assim como recomendaram práticas – como a sucção, a cauterização por meio de substâncias cáusticas e/ou ferro em brasa e a excisão cirúrgica dos ferimentos provocados pelo animal raivoso – para que as pessoas pudessem se salvar. Portanto, caso a pessoa não morresse, sobrevivia com inúmeras cicatrizes. Tais práticas eram usadas até o final do século XIX, quando Pasteur desenvolveu a vacina. O cientista francês Louis Pasteur–contando com vários